TJMG conclui primeira etapa para implantação do Eproc

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) está na vanguarda da inovação no Sistema Judiciário Brasileiro com a implantação do sistema de processo judicial eletrônico Eproc. Criado e cedido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), o sistema já é usado pelos Tribunais de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), de Santa Catarina (TJSC) e do Tocantins (TJTO), pelos Tribunais de Justiça Militar do Estado do Rio Grande do Sul (TJMRS) e de Minas Gerais (TJMMG), pelos Tribunais Regionais Federais da 6ª Região (TRF6) e da 2ª Região (TRF2) e pelo Superior Tribunal Militar (STM). O TRF4 também assinou acordo de cooperação com os Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e do Acre (TJAC).

O Eproc representa um marco importante na jornada de modernização do TJMG, iniciada em novembro de 2023. As fases do projeto – planejamento, infraestrutura, capacitação, configuração e adequação dos módulos, homologação, preparação da implantação, implantação e operação assistida – estão sendo executadas conforme o cronograma estabelecido.

A primeira etapa concluída do projeto foi a capacitação da área técnica, finalizada no dia 9/2. A próxima será a capacitação da área negocial, prevista para ocorrer entre os dias 1/4 e 5/4, de forma presencial, no TJRS. Também haverá transmissão virtual para outros interessados.

“A adoção da inovação no Tribunal é um dos pilares da gestão e cada realização na área fortalece nosso empenho para oferecer uma Justiça cada vez mais célere e eficaz”, Pontuou o presidente do TJMG, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho. Também ressaltou que o Eproc é um sistema moderno e estabelecerá um novo momento para a prestação jurisdicional em Minas Gerais.

O novo sistema deve ser implantado, ainda no primeiro semestre de 2024, nas unidades judiciais com competência em questões de Direito de Família, abrangendo as Varas Especializadas da Capital e as respectivas Câmaras do TJMG.

A necessidade de se adotar o Eproc surgiu diante dos desafios enfrentados pela Corte mineira com o sistema atual, o Processo Judicial eletrônico (PJe). Apesar dos esforços contínuos em atualizar e corrigir falhas do PJe, alcançando as versões mais atuais, as peculiaridades do TJMG – como o seu tamanho, o volume de usuários e de processos – impuseram limitações à performance do sistema. A tecnologia defasada e a dificuldade em acompanhar as versões mais recentes do PJe evidenciaram a necessidade de uma solução mais adaptável.

O cenário foi destacado pelo corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, que ressaltou que a implantação do Eproc será realizada após estudos relacionados ao novo sistema de processo eletrônico.

“Chegamos à conclusão de que o Eproc proporcionará prestação de serviço com uma qualidade maior, tanto para nós, usuários internos, quanto para os nossos usuários externos. É um sistema que tem demonstrado uma suficiência de funcionamento bem maior que o PJE, ele não sofre intercorrências como o PJE tem sofrido, então diante desse amadurecimento da decisão, a administração decidiu por essa mudança que vai ser feita de uma forma calma, uma forma paulatina porque ela traz melhorias para o Poder Judiciário”, avaliou.

Já o superintendente de Tecnologia e Informação do TJMG, desembargador André Leite Praça, destacou a estabilidade do Eproc como um dos pontos de contribuição para a escolha do sistema, ponderando que a proposta de implantação começou a ser moldada em setembro de 2023, “exatamente no período em que o PJe sofreu uma grave crise de indisponibilidade no TJMG”.

“Na visita técnica que fizemos ao TJRS, tribunal de grande porte que também utiliza o Eproc, verificamos que foram emitidas apenas três certidões de indisponibilidade do sistema ao longo do ano de 2023, contra 29 certidões emitidas pelo TJMG relativas a indisponibilidades do PJe no mesmo período”, concluiu.

Conforme o juiz auxiliar da Presidência do TJMG, responsável pela Diretoria Executiva de Informática (Dirfor), Rodrigo Martins Faria, uma das primeiras providências adotadas na atual gestão “foi criar uma estratégia de atualização do PJe, avançando o nosso sistema para as versões nacionais mais recentes, com a cautela necessária para que as atualizações não causassem indisponibilidades e lentidões. Isso envolvia um especial desafio, tendo em vista que o TJMG precisou desenvolver pacotes caseiros de performance e correção de erros para contornar as deficiências do PJe”. Essa característica impedia a atualização do PJe para as versões mais recentes, visto que a versão nacional não as possui, afirmou o magistrado.

Além disso, o modelo de governança do PJe estabelecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não permitiu a incorporação dos desenvolvimentos locais à versão nacional do sistema na velocidade necessária à rápida atualização da versão utilizada pelo TJMG.

SATISFAÇÃO

Outro fator levado em consideração para a decisão de implantação do Eproc na Corte mineira foi a satisfação dos usuários do sistema. Segundo o Relatório Parcial do Censo do Poder Judiciário 2023, divulgado pelo CNJ, o Eproc alcançou, entre as magistradas e os magistrados do país que usam o sistema, índice médio de satisfação de 97,6%, contra 53,5% dos usuários do PJe.

O Eproc surge como uma solução que oferece não só uma alternativa para superar os entraves e permitir uma evolução tecnológica mais ágil e eficaz para o TJMG, mas também para oferecer uma ferramenta com maior potencial de atender as expectativas dos seus usuários.

Segundo destacou a diretora executiva de Informática (Dirfor) do TJMG, Alessandra Campos, o Eproc trata-se de um sistema de processo eletrônico único, com alto grau de comunicação entre as instâncias e grandes possibilidades de automação do fluxo de trabalho conforme necessidade de cada área.

“Sobre essa automação, o grande ganho está no fato da independência da área de TI para que as implementações sejam feitas. Além disso, o sistema possui inúmeras funcionalidades hoje desenvolvidas pela Dirfor em módulos apartados dos atuais sistemas utilizados, como exemplos cito a central de mandados, guias de custas e certidões processuais. Atualmente o cronograma do projeto encontra-se em dia com de percentual de execução, estando em 40%”, disse, também ressaltando a importância de reuniões realizadas semanalmente com equipes do TRF4, TJSC e TJRS, que apoiam e orientam as equipes que atuam no projeto.

A escolha estratégica pelo Eproc reflete o compromisso do Tribunal com a eficiência, a inovação e a melhoria contínua dos serviços judiciários, garantindo um sistema mais robusto, ágil e acessível a todos os usuários.

TRF6

Assim como ocorreu no TJMG, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região, sediado em Minas Gerais, decidiu em sessão plenária, realizada em 16 de dezembro de 2022, adotar o Eproc como novo sistema processual, em virtude do êxito de sua utilização por nove tribunais do Brasil. Para melhor gestão da mudança de sistema, o órgão constituiu um Comitê Interinstitucional, integrado pelas principais instituições parceiras do TRF6, e investiu na capacitação de usuários internos e externos.

Segundo a presidente do TRF6, desembargadora Mônica Sifuentes, entre 4 de outubro e 13 de dezembro de 2023, o Eproc foi efetivamente implantado nos 1º e 2º graus do TRF6, na capital e no interior de Minas Gerais. “Estamos agora na fase de migração dos processos do PJe para o Eproc, sendo que a equipe de TI está finalizando a versão do software migrador. Conforme dados colhidos no dia 27 de fevereiro de 2024, temos já em tramitação no eproc 47.711 mil processos do 1º Grau e outros 1.690 mil no 2º Grau”, afirmou a desembargadora.

Ela disse ainda que a implantação do Eproc no TRF6 “representa um salto para o nível de excelência no oferecimento de serviços ao cidadão, pois o sistema processual não é apenas um veículo na complexa cadeia de valores da prestação jurisdicional; muito além disso, ele vem a ser o elemento que torna a jurisdição possível no ambiente virtual, especialmente no contexto do Projeto Justiça 4.0”. “Acredito que o Eproc fornecerá melhor suporte tecnológico para a busca da celeridade e a efetividade na prestação jurisdicional, exatamente o que a sociedade espera do TRF6”, finalizou.

Com informações da Diretoria Executiva de Comunicação – Dircom Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG

Fonte: https://www.tjmg.jus.br/portal-tjmg/noticias/tjmg-conclui-primeira-etapa-de-implantacao-do-eproc-8ACC82D28DE5FD50018DF1F255717D7A.htm

Sobre o(a) Autor(a)

Lucas Felipe Jardim de Medeiros

Graduando em Direito, cursando atualmente o 10º período pela Faculdade Mineira de Direito - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).

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