A resistência à reforma tributária no Brasil varia entre diferentes setores econômicos, principalmente devido às particularidades de cada setor em relação à estrutura tributária atual. Alguns setores que têm demonstrado maior resistência à reforma incluem:
1. Setor de Serviços
– ISS (Imposto sobre Serviços): As empresas de serviços, que atualmente pagam ISS, podem enfrentar aumentos na carga tributária com a introdução do IBS, especialmente porque o IBS terá uma alíquota uniforme mais elevada do que o ISS em muitos casos.
– Complexidade de Transição: A mudança para um sistema de imposto sobre o valor adicionado pode ser complexa para as empresas de serviços, que geralmente têm uma estrutura de custos e operações diferente da indústria e comércio.
2. Setor Industrial
– IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): As indústrias que atualmente se beneficiam de regimes especiais ou incentivos fiscais podem perder essas vantagens com a unificação dos tributos no IBS.
– Créditos Acumulados: A transição e a conversão de créditos acumulados de IPI, ICMS e outros impostos para o novo sistema do IBS podem ser desafiadoras e gerar incertezas.
3. Setor Agrícola
– Desoneração na Origem: O setor agrícola atualmente goza de desoneração de ICMS em operações interestaduais e pode ver um aumento na carga tributária com o IBS, que tributa todas as etapas da cadeia produtiva.
– Incentivos Fiscais: Muitas operações agrícolas têm incentivos fiscais específicos que podem ser eliminados ou reduzidos com a reforma.
4. Comércio e Varejo
– Margens de Lucro: O setor de comércio e varejo, que opera com margens de lucro relativamente baixas, pode ser impactado negativamente por qualquer aumento na carga tributária.
– Créditos de ICMS e PIS/COFINS: A gestão de créditos fiscais na transição para o IBS pode ser complexa e impactar o fluxo de caixa das empresas.
5. Setor de Tecnologia e Telecomunicações
– Tributação Diferenciada: As empresas de tecnologia e telecomunicações, que muitas vezes se beneficiam de regimes de tributação diferenciada, podem ver suas cargas tributárias aumentarem com a padronização das alíquotas no IBS.
– Inovação e Investimentos: Há preocupações de que a reforma possa reduzir a competitividade e a capacidade de investimento em inovação e desenvolvimento tecnológico.
6. Setor de Saúde
– Serviços de Saúde: Empresas e prestadores de serviços de saúde, que muitas vezes operam com margens apertadas e são essenciais para a população, podem ser negativamente afetados por aumentos na carga tributária.
– Isenções Fiscais: Muitas entidades de saúde se beneficiam de isenções ou reduções fiscais que podem ser eliminadas com a reforma.
7. Setor de Educação
– Instituições Privadas de Ensino: As instituições de ensino privadas, que se beneficiam de isenções e benefícios fiscais, podem enfrentar aumentos nos custos operacionais com a introdução do IBS.
– Impacto nos Estudantes: A elevação dos custos pode ser repassada para as mensalidades, impactando negativamente os estudantes e suas famílias.
8. Construção Civil
– Regime Especial de Tributação: O setor de construção civil, que atualmente tem um regime especial de tributação, pode ver sua carga tributária aumentar com a eliminação desses regimes no novo sistema do IBS.
– Impacto no Custo de Obras: Qualquer aumento na tributação pode aumentar os custos das obras, impactando o preço final dos imóveis e projetos de infraestrutura.
A resistência à reforma tributária é natural, especialmente em setores que podem enfrentar aumentos na carga tributária ou perder incentivos fiscais existentes. A Moisés Freire Advocacia está à disposição para esclarecer as dúvidas existentes e ajudar nessa fase de transição tributária.